gmr

quarta-feira, março 30, 2005

Eu não sabia que se podia perder algo que não se tinha.
E, mesmo assim, perdi uma paciência que não era minha.

Eu sou inconstante.

Poema Desordenado

boca
boca?
na
tua,
louca!
agora,
Quero
a
minha.

louca
boca
na
minha
boca.
Quero,
agora,
a
tua!

agora,
Quero
na
louca,
tua
boca
à
boca
minha


(Porque, primeiro, fingimos não querer. Com o tempo, somos convencidos. E depois que se tem, faz uma falta imensa)

terça-feira, março 29, 2005

Psicólogo III

"Eu me sinto o próprio Raskólhnikov do Dostoiévski. O homem cindido, dividido entre aquilo que espera da vida e o que de fato consegue realizar. E isso em todos os âmbitos da minha vida. E ele é estudante de Direito ainda por cima!"

[...]

"Sabe... eu admiro aquele tipo de pessoa que não se faz problemas por nada, que está sempre feliz. Que inventa uma fantasia, foge da realidade, mas continua feliz. Eu poderia citar 'A vida é Bela', 'Doce Novembro', 'Peter Pan', enfim... Talvez eu devesse fazer isso também. Iventar uma coisa que eu pudesse invocar sempre, em vez de me desesperar, de me desorientar"

[...]

"Mas será que essas pessoas existem no mundo real? Será que não são só fantasias daquilo que se gostaria de fazer? Você acha que precisa fugir do que é real? Será que você tentou tudo que era possível para buscar sua felicidade?"

[...]

"Emílio, eu sou uma pessoa que se doa inteira pras outras, seja para amigos ou o que for. Eu só desisti porque tava fazendo mal pra mim. Eu fui meu próprio limite. Minha felicidade não podia mais continuar dependendo de uma coisa fora de mim"

[...]

"Bem. Nos vamos ter que passar por todo um processo. Não há nada emergencial para você se preocupar. A gente vai precisar se conhecer mais até que eu possa ver as coisas do mesmo ponto de vista que você. Pode ser que nesse processo você passe até por conflitos, mas o importante é que, a princípio, você é uma pessoa consciente de quem é, e das coisas que o perturbam"

segunda-feira, março 28, 2005

2 em 1

- Se a gente morasse perto não ia prestar...
- Por quê?!
- Porque eu ia me apaixonar por ti [...]. Tu é alguém pra se amar.


*************************************


Páscoa tão farta!
Comi 1(um) bombom.
Daqueles gordos. rs.
E viva as minha regras de alimentação!

sábado, março 26, 2005

Incoerência

Essa é uma das coisas que eu mais odeio. Quando você não quer se compromoter com algo, ou seja sincero e diga que não quer - eu admiro muito isso, ou simplesmente não diga nada. Agora, assumir uma obrigação, e depois fazer o diametralmente oposto: é incoerência. Quando ela só prejudica você, tudo bem. O problema é quando ela atinge os outros - figura que, para mim, merece um trato com respeito, com cautela.
Hoje eu estava no computador, conversando com uma pessoa que eu amo muito e com um desconhecido. Eu acabei combinando de fazer uma brincadeira, de péssimo gosto aliás, com o desconhecido. Essa brincadeira era a negação completa do meu mais novo "valor de estimação", qual seja "não seja displicente com a emoção dos outros". Não sei porque raios eu fui fazer a tal brincadeira, mas talvez por acreditar que ela acabaria logo depois.
Acontece que, nisso, chega meu irmão pedindo para usar o computador por alguns poucos minutos. Fechei o MSN e o deixei usar. Peguei meu livro e fiquei lendo na cozinha, para não atrapalhar meu irmão naquilo que ele fosse fazer - fosse trabalho ou Orkut. Esperando que ele fosse o suficientemente decente e razoável para me avisar quando terminasse.
Extamente uma hora depois, sem praticamente parar de me preocupar com as conseqüências da minha brincadeira, eu decidi falar com meu irmão. Ele pediu mais 15 minutos. Ficou mais 7 só. E era Orkut.
Meu, se você não vai ficar só alguns poucos minutos, não se comprometa com isso. E não faça os outros (eu) se comprometerem com outros (o desconhecido), prolongando uma brincadeira estúpida que não deveria ter durado nem os teus alguns poucos minutos.
Acabou-se o comprometimento, o dever obrigacional? Se você assume uma coisa com alguém, cumpra simplesmente porque você assumiu. Faça por você. Por moral interna. Respeite sua própria lei. Seja autônomo - auto+nomos (lei).
O bosta do meu irmão não sabe respeitar as obrigações. Parece que tem que haver alguém de fora pedindo pra ele que elas se cumpram, o tempo todo ditando um ritmo. Eu fui pra cozinha ler, deixar ele livre, porque aprendi que eu não tenho que ficar cuidando dos outros, impondo coisas pros outros. Daí o bicho simplesmente passa por cima das expectativas que eu criei, sendo que dessa vez elas era reais, não eram imaginárias como antes foram! Cara, eu não consigo sempre impor ritmo às minhas coisas por mim mesmo, às vezes precisa alguém pra ditar o passo. Mas acho que quando envolve outros, deve-se ter muita cautela.

Incoerente! Incoerente!
Descobri um novo xingamento.
Inclusive pra mim.
Por que eu fui fazer aquela brincadeira irresponsável?!
Não sei ainda qual dimensão das conseqüências que ela pode ter.

E é uma coisa tão ridícula, tão pequena, que se eu chego a contar, me chamam de dramático.
Dizem que eu sou muito duro comigo mesmo!
Mas eu morro de medo de reproduzir o que eu odeio.
Por menos que a dor seja, a odeio ab ovo, desde o início.
E eu odeio incoerência!
E mesmo assim sou tão contraditório!

sexta-feira, março 25, 2005

Notícia

Eu passo muito tempo sem assistir à televisão, mas quando venho para Criciúma, na casa dos meus pais, sempre quebro a regra. Aqui tem pouco o que fazer. Hoje, no Jornal Nacional, noticiaram que uma refinaria nos Estados Unidos explodiu. Disseram, ainda, que o preço do barril de petróleo em Nova Yorque chegou aos $56.

Não informaram nem o número de mortos, nem o número de feridos.

A notícia é: eu continuo odiando falta de humanidade e vou seguir sem assistir a essa droga de televisão.

(E o meu dodói não melhora. Estou preocupado. Mesmo.)

quinta-feira, março 24, 2005

Jean-Paul Sartre I a VII

"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."

"Para que o acontecimento mais banal se torne uma aventura, é necessário e suficiente que o narremos."

"A autenticidade exige que se aceite sofrer, por fidelidade a si próprio, por fidelidade ao mundo. Porque nós somos livres-para-sofrer e livres-para-não-sofrer. Somos responsáveis pela forma e pela intensidade dos nossos sofrimentos. É muito fácil perder a cabeça, muito fácil também ser estóico. Mas nestes últimos tempos sinto que é quase impossível aguentar a autenticidade."

A que eu interpretei:
"Não há necessidade de grelhas, o inferno são os outros" (encontra-se a infelicidade humana na comparação, que tem a ver com Kierkeggard)

A que eu ainda não entendi:
"Ainda somos o que vamos deixar de ser e já somos aquilo em que nos vamos tornar. Vivemos a nossa morte e morremos a nossa vida."

As preferidas:
"A essência é posterior à existência" (primeiro se existe, depois se encontra um sentido)

"Não há um significado ou propósito inerente à vida humana; nesse sentido, a vida é 'absurda'. Quanto mais absurda é a vida, menos suportável é a morte".

De cama

(em Criciúma)
Febre.
Dor de garganta.
Manchas vermelhas no corpo (alergia ao remédio com o qual você se auto-medicou).
E o médico te trata com frieza e distância. Parece uma máquina de prescrever receitas e enfiar palitos na sua língua para te examinar. Odeio gente pouco humana.


E semana passada eu tomei caldo-de-cana.
Estou com medo de estar com o Trypanosoma Cruuuuuuuzis! ( como diz meu irmão. Hahaha.)

terça-feira, março 22, 2005

Psicólogo II

Em uma hora dá pra falar muito pouca coisa, mas o Emílio consegue me encher de questionamentos. Saio de lá com milhares de "possibilidades de se pensar", como ele diz, e elas me acompanham a semaaaana inteira.
É como se ele plantasse "sementinhas de dúvida" na minha caixola.

Se for pensar radicalmente, eu estou pagando alguém para me ouvir e me fazer duvidar do que eu penso, porque ninguém mais conversa, ninguém mais pensa criticamente sobre a vida nesse mundo cheio de burocracias, filas, horários, compromissos e traffics jam que fazem você demorar uma hora do centro à sua casa, num percurso que levaria normalmente 20 minutos.

Ó vida! Ó compromissos!
Ó confusão!

segunda-feira, março 21, 2005

Futura Tatuagem II e III

II - "A virtude está no meio termo"¹ (Aristóteles)


Nem muito ao céu,
Nem muito a terra²

Não tão preto no branco

Nem dando muita intimidade,
Nem muito isolado

Não muito carente,
Nem por isso satisfeito

Sem muito amor,
Sem muito ódio,
Nas coisas que faço.

Eu diria pouquíssimo
Dos dois
Na verdade

E por isso mesmo,
Nem muito feliz
Nem muito triste

Tudo em excesso
e ao mesmo tempo
Tudo em escassez

III - "Tudo é sempre mais complexo
e mais simples do que parece" (Leandro)




_________________
¹ Tatuar isso e embaixo escrever: "A cabeça e o pé são as duas pontas". Hahahahaha
² Não tem acento indicativo de crase mesmo, porque "terra" só quando especificada levará tal acento. Hohoho

Lamúria

Eu não presto mais, eu acho.
Joga no lixo!

Será que eu deixei que me estragassem?!
Ah, como eu faço merda!

sábado, março 19, 2005

Descoberta Bizarra

Numa dessas minhas "incursões" por outras fases da faculdade,
eu descobri que eu sinto atração por pessoas inteligentes.

Atração sexual.

o_O

sexta-feira, março 18, 2005

Diretamente proporcionais

Quanto mais eu penso em estar sozinho
Mais eu odeio Hollywood

Malditos vendedores
de idéias de felicidade
e de felicidades ideais.
Tão distantes da Realidade!

quinta-feira, março 17, 2005

Et on va

Aula a manhã inteira
Conciliação à tarde no Fórum, não é brincadeira
Leitura de texto até a aula das 20h
Aula das 20h.

Cansado
Morto
Mas de resto tudo em riste
Concentrado
Absorto
Nem feliz, nem triste

Et on va,
Et on va...

áveis

A coisa mais burra que uma pessoa pode fazer é não duvidar.
E a maioria faz, em uma ou outra época da sua vida.
Eu mesmo vivo esquecendo de duvidar.

Não questionar com freqüência as coisas das quais você possui certeza é o jeito mais fatal de ser tornar "desatualizado", de se enganar com algo que você não conhece, simplesmente por ser novo à sua concepção inexorável e indubitável das coisas como um todo.

E essa é a coisa mais universalizável que eu conheço: qualquer pessoa que não questione, aqui e ali, os valores que dá ou deu às coisas terá como conseqüência inevitável a crise, o conflito. Pouco importa o que dá causa a essa convicção cega, seja preguiça, seja não querer assumir que se enganou, ela é detestável. A causa não me importa. Me incomodam as conseqüências.

As regras sempre falham.
Mais cedo ou mais tarde.

Vou fazer disso um filme.
Deixa eu assistir daqui.

Mãos são laváveis.

quarta-feira, março 16, 2005

Direito da Seguridade Social

"Para que o segurado da Previdência Social possa ter acesso aos benefícios, é necessário que tenha pago um número mínimo de contribuições. A isso se dá o nome de carência. Quem não entender de carência pode desistir de estudar Direito Previdenciário." (Professor da disciplina)

- Estou vendo que eu vou me dar muito bem nessa matéria...

terça-feira, março 15, 2005

Psicólogo II

Técnica para emagrecer 80kg em um dia:

- Vá ao psicólogo. Eu fui hoje pela primeira vez. E eu só peso 72kg.

(técnica não aplicável às pessoas com barriguinha, pois só se perde o peso das costas)


Não foi tão ruim como eu esperava. E eu fui muito corajoso. Sentei, olhei pra ele, ri de nervoso. (silêncio). Adverti das minhas sérias restrições a psicólogos e falei. Tudo. De cara. O_o

Obviamente não fomos muito longe em só um encontro. Também, não há que se imaginar progressos tão rápidos. Mas importante é que eu saí feliz de lá.

Semana que vem, once again.

Diálogo II

(no shopping)
L: Às vezes eu me acho tão criança, tão infantil, por ser e pensar assim. Mas às vezes eu acho que eu penso um monte de coisas que gente da minha idade nem cogita. Tu acha que eu sou muito crianção?
R: Quantos anos tu tem mesmo?
L: 19.
R: Não. Só um pouco mais do que o normal...
(risadas unilaterais)

O_o


A velha técnica:
"Leandro, inspira, expira, postura, entoe mantras... inspira..."

domingo, março 13, 2005

Diálogos Familiares I

Pai: "Amor, o que tu acha da gente fazer uma massa com lingüiça?"
Mãe: "De repente..."
Pai: "Eu entro com a lingüiça e tu *a massa*"


!!!! Pasmei !!!!


Eu: "Leonardo, tu viu essa agora que a Cicarelli tem 6 dedos no pé direito?!"
Leonardo: "Ah, é. Onde tu viu isso?"
Eu: "Na página da UOL"
Leonardo: "Coitado do Lula, uns com tanto... e outros com tão pouco"

sábado, março 12, 2005

Alcoólica

É engraçado o sentido que as pessoas dão para o álcool. Quando eu falo para alguém que compro vinho para tomar em casa as pessoas começam:
- Meu, que coisa de alcoólatra! Você bebe sozinho em casa! Que depressivo!
É como se você precisava de um outro motivo para beber que não simplesmente o prazer de beber. Algo do tipo "bebo prá ficá ruim"(sic), "bebo para perder a timidez", "bebo para ficar feliz", etc.
E, se por um lado beber sozinho em casa choca as pessoas, ir numa festa e não beber também. Ontem na festa eu me prometi não tomar nenhuma gota de álcool, mesmo sendo Open Bar. Primeiro para provar pra mim que eu não preciso disso. Depois, para ter certeza que minha diversão não depende do uso de drogas psicotrópicas. Por último, para não sofrer a conseqüência primeira do uso de álcool: ter meu estado emocional ressaltado.
O mais engraçado era que todo mundo ficava achando ruim que eu não bebia. Até o cara que estava ao meu lado quando eu pedi uma garrafa de água tirou uma da minha cara.
Acho que as pessoas dão um valor errado à ingestão de álcool. Elas a vinculam a um motivo. "Não beba se não houver um motivo". "Se houver um motivo beba, ou sofra sanção social".
Mas eu não bebi. Nem uma gota de álcool.
E mesmo de cara limpa, caí no pagode, eu admito.
Mas rolou uma technera alternativa também.
E eu me diverti.

sexta-feira, março 11, 2005

Psicólogo I

Deixei de ser teimoso e marquei o psicólogo finalmente. E ainda escolhi um homem porque eu tenho bem mais dificuldade pra ser franco com homens. Quero tentar superar essas coisas bobas. Só que eu sei que eu vou ter vontade de falar sem parar, tudo de uma vez.

Apesar disso, eu falei com "o próprio" no telefone e não gostei da voz dele. E eu tenho um feeling muito enorme. Eu saco as coisas que estão no ar.

Mas pára de tirar conclusões precipitadas, criatura!
Por que essa mania de achar que a tua vida vai acabar no próximo segundo, Leandro?!
Que tu precisa de respostas rápidas?!

quinta-feira, março 10, 2005

Definindo Inocência e Pretensão Humanas

Depois que eu li "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder eu começei a considerar a possibilidade de vivermos num mundo multidimensional, onde existiriam vários universos, cada um com seus elementos próprios. Essa infinidade de universos correria no que eu chamo "paralelo coincidente", que a princípio pode parecer um pouco parodoxal. Isto porque, apesar de, para mim, esses planos dividirem o mesmo tempo e o mesmo espaço - coincidíveis, os elementos de um universo poderiam ser imperceptíveis a outro - paralelos.
Para tentar me fazer entender imaginem o nosso universo: este que conhecemos vagamente. Um "indivíduo" seria um elemento próprio do nosso universo, bem como a "casa" onde ela mora. Ambos receberam nomes para serem individualizados, e são costituídos de algo que convencionamos chamar de "matéria", de átomos. E nós sabemos da existência desse algo porque usamos dos nossos sentidos (tato, olfato, audição, visão e paladar) nessa percepção. Acontece que o ser humano por vezes se esquece que os sentidos são coisas físicas e biológicas e químicas provenientes de evoluções. Pelo menos para os adeptos do Darwinismo. Não seria mais lógico acreditarmos que os sentidos continuarão a se aperfeiçoar com o tempo? Ou mesmo que surgirão novos sentidos, que nos darão percepções de outras coisas? É como um ser primitivo dizer que o fogo não queima, simplesmente porque ele possui uma deficiência biológica peculiar e individual que impede que os neurotransmissores causem a sensação de dor no seu cérebro. Ou como um daltônico querer afirmar veementemente que não existe o roxo.
Eu gostaria de dar um exemplo de um novo sentido que possa vir a surgir, mas o nome e a descrição que se dão às coisas são posteriores a existência do "algo". Talvez um sentido telepático, não sei.
Então, considerando que nossos sentidos sejam falhos e imperfeitos e incompletos, será que não podem haver "formas de vida" ou "matérias" incapazes de impressionar os nossos sentidos e causarem sensações, bem como existem o infra e o ultra-som que não "impressionam" a nossa audição? Não seria razoável a gente partir do pressuposto que não somos perfeitos, que não conhecemos tudo, que existem coisas que não sentimos, mas que não deixam de existir simplesmente porque não sentimos?! Coisas que não nos impressionam mas que nem por isso deixam de existir para além de nós?
Isso, para mim, não acontece simplesmente com os sentidos físicos e químicos e biológicos, porque também possuimos sensações racionais e emotivas e psíquicas. Algo remete ao dualismo corpo-alma, matéria-espírito, substância-ânimo, forma-extensão, plano objetivo e plano subjetivo.
Além disso, sou partidário daquela máxima enunciativa de que "a parte conserva as propriedade do todo", ou seja, o mesmo que aconteceria entre os possíveis universos paralelos-coincidentes, aconteceria entre as pessoas. Mesmo porque entre duas ou três ou quatro ou infinitas pessoas que convivem e se estimulam sentidos através de seqüências de "signos" o que de fato há são universos paralelos-coincidentes tentando se comunicar, inabsorvíveis na sua complexidade inimagivável e imensurável. Tendando quebrar a barreira dimensional.
Entre esses universos um erro grosseiro é compartilhado: o de achar que você conhece o plano subjetivo (interno ou essência) simplesmente porque sujeita o plano objetivo (externo ou aparência) aos seus próprios e falhos sentidos e percepções. E eu tomei conhecimento disso, o que não significa que eu não erre da mesma forma, tomando concepções subjetivas de pessoas que nada têm a ver com o ser íntimo, com o seu "eu" recôndito.
Isso é inocência: querer conhecer racionamente algo através dos sentidos.
Isso é presunção: querer sentir algo através do racional.
E vice-versa.


(Conceitos que se complementam em "dialética hegeliana" como diria meu professor de Deontologia)

(senti um pouquinho de Descartes, dentre outros no meu texto)

Neologismo I

Hoje eu posso ser qualquer coisa que você quiser me "pejorativar": patético, infantil, indigno, intempestivo, inconveniente, com atitudes desproporcionais e ...
Mas medo eu não tenho.
E se eu também possuísse uma terceira face eu não a esconderia. Também a daria para bater.
Porque eu não tenho medo do que eu sou, nem do que eu penso e nem do que eu sinto.

Wear green glasses on

Se a vida possui só 3 meses de felicidade, como tu disseste ontem, agora eu tenho o problema de saber se os meus já se passaram ou se chegarão a tempo de me pegar com juventude, bom-humor e disposição.

If "Planet Earth is blue, and there's nothing [you] can do" what about wearing glasses with green lenses. Wich color with its own meaning.

terça-feira, março 08, 2005

Descortino

Se, como dizia Shakespeare - entre outros - a vida é um teatro, eu prefiro acreditar que a minha não é uma melo-drama, que não será um eterno monólogo, nem uma "comédia pastelão". "Em exibição única", eu sei, mas a bilheteria pode ser infinita, je croix.
Por enquanto, a vida vem tomando a forma de um musical, acompanhada de um incessante sapateado. Não há tempo para "intermissions" nessa dança atrapalhada de improvisos. Muitas vezes meus gestos saem até caricatos e, por causa do compasso da música, perco o fôlego, erro o ritmo, a letra e a afinação. Tropeço, mas não caio, não.
Já os holofotes, estes são tão intensos que me ofuscam a visão. Mal sei eu para qual canto do palco ir. E quando tudo parece estar errado eu brado:
"C'est la vie! C'est la vie!
The show must go on! Merd!"


(quem conhece teatro sabe do que eu estou falando)

segunda-feira, março 07, 2005

Velha técnica parte LXXXVIII

É tão mais complicado não pensar em algo quando, no shopping, justo na frente da livraria em que vocês iam juntos, toca a seguinte seqüência de músicas:
Space Oddity - David Bowie
Frozen - Madonna
Sozinho - Caetano Veloso

Inspira, Leandro, Expira, Leandro, Postura...
... Entoe mantras...

Retratação Pública

Eu estou adorando a maneira inesperada que lindas pessoas estão entrando na minha vida, sem eu nem pedir, sem eu nem dar muita brecha. Quando eu penso que não há mais jeito, que tudo está perdido e que ninguém mais presta ou se importa, elas vem em meu socorro me provar o quão terrivelmente eu posso estar enganado.

E novamente eu vejo o quanto eu dou valor pras pessoas erradas.

Nesse final de semana eu conheci o trio de sequestradores mais "luxo" do mundo: Rafa, Marco e Carol, auto-denominados "emoção", "prazer" e "alegria" respectivamente.

Sem falar no outro Rafa que eu conheci também.

A vida passa a valer muito a pena, por causa de vocês.
E eu já não a odeio.

domingo, março 06, 2005

Superficial II

A melhor da noite:

"Antes eu cobrava R$1500 por programa, mas depois que a Dani me expulsou do Castelo..."


Hahaha.

sábado, março 05, 2005

Superficial

Talvez, se eu não estivesse de mau-humor, eu dissesse que ontem foi a melhor balada do últimos 6 meses. Se não, pelo menos a mais completa.

Tudo começa na boate, com direito a confusão e quase-quebra-pau (só pra variar).

Quebra de princípios,
volta de hábitos,
choro (não de bêbado, mas de sem-saco),
raiva.

Conversa,
escuta,
diz que nada muda.

Pista,
ver a menina que passava com o praço levantado,
reclamação da banda,
implorar pelo DJ.

Ypióca,
Sambaqui,
pouca roupa,
frio,
mar.

Sinusite,
toalha quente,
corrida na rua com as calças abaixadas,
dia amanhecendo.

Biscoitos,
banho,
sono,
cama.

Que hoje tem de novo.



(ainda tenho que ir dar um abraço de feliz aniversário pra Dani antes de dormir)

sexta-feira, março 04, 2005

Monólogo

"Alô, tu,
ser incerto,
ser disperso,
ser abstrato,
inatingível
intangível,
imaginário,
virtual,
inconstante e desigual,
(como um tecido xadrez)

Ser, eu guardo uma amor enorme pra ti dentro de mim,
um conteúdo que não quer se aglomerar, mas se derramar.
Mesmo porque a pressão no continente
já ultrapassou os limites de segurança

Um amor que quer se dar,
e tudo que ele pede de ti, ser ,
é que tu dês o teu em troca,
porque eu imagino, ser abstrato e incerto,
que em algum lugar tu estás, intangível e disperso,
e estás com algum amor, inconstante e desigual,
diferente do de todo o resto das pessoas que eu vejo, inatingível e virtual e imaginário.

Ser, tu existes?!"

terça-feira, março 01, 2005

Músicas que o Leandro escreveria diferente I

Além das Ondas - Cidade Negra

Original:
"Nas ondas, mar alto
Tem uma pedra no meio do oceano"

Versão:
"Nas ondas, mar alto
Tem uma pedra dentro do meu sapato"




Teto de Vidro - Pitty

Original:
"Quem não tem teto de vidro
que atire a primeira pedra-aaaaa"

Versão:
"Quem não tem teto de vidro
que atire a primeira pedr...
[Pá!]
-Na minha casa é telha de barro, sua vadia! Só porque é Pop acha que todo mundo pode comprar telha de vidro?! (falado)
-...aaaaa! (gemido)"





Solidão que nada - Cazuza

Original:
"Viver é bom
Nas curvas da estrada
Solidão que nada!"

Versão:
"Viver é bom
Que pena que dá dor nas costas
Solidão: que naba!"

(Essa é, sim, uma referência aos Mamonas Assassinas)




Sozinho - Caetano Veloso

Original:
"Quanto a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?"

Versão:
"Quanto a gente gosta
É claro que a gente cuida
La-la-la-la-la-lá
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?"

Pessoas I

Por que as pessoas perdem tanto tempo ridicularizando as outras por coisas que em teoria não atingem as suas próprias vidas?

É como um mecanismo de defesa psicológica? Você ataca quem pensa diferente pra se sentir mais confortável com o que você mesmo pensa? Negar o outro para afirmar o seu?

Eu tenho como meu valor fundamental a felicidade. É com base nela que eu analiso a validade de uma atitude. E eu admito como válida qualquer ação de qualquer indivíduo na busca de qualquer forma de felicidade desde que não atrapalhe os outros na sua busca individual. Já disse isso.

Então, por que perder tempo falando das escolhas dos outros?

Meus amigos hoje estavam fazendo isso depois do almoço. E eu não mais me sinto confortável com isso e fiz questão de dizer pra eles. É que eu estou buscando um agir ético pra mim.

Várias vezes me disseram que a vida é dialética, que possui três fases. Bem, eu acabo de sair de uma Tese que foi rebatida por uma Antítese. Estou na fase de Síntese, quero construir um novo parâmetro, por isso essa busca por uma nova forma de agir.

(Espero que o meu comentário de hoje sirva como uma antítese pra tese dos meus amigos. Sei lá, os valores estão invertidos, acho. Ser "legal" parece ser fazer coisas "erradas". Eu que o diga!)