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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Nossas conversas me surtam:

"Nos contratos de prestação de serviço celebrados por prostitutas, não está observada a função social do contrato, porquanto exista enorme desigualdade entre o objeto e o valor pago, não promovendo uma troca justa e equitativa, muito embora útil"
(VIEIRA, L.O. "Doutrina de Direito Sexual: do princípio da dignidade sexual ao princípio da submissão espontânea". Sem Ed. [sine loco]:[200-])]


"Configura concorrência predatória a prática das prostitutas em vender o bem da vida - bem da mulher da vida - a preço abaixo do praticado no mercado, qual seja o namoro ou casamento, conforme usos e costumes"
(VIEIRA, L.O. "Direito da livre concorrência sexual: uma abordagem através da Lei de Mercado". Sem ed. [Sine loco],[200-])


"O nexo de causalidade pelo sofrimento moral de uma moça até então virgem se extingue quando do orgasmo, com efeitos retroativos ex tunc. Inexistindo este, há responsabilidade por culpa excessiva"

"As prostitutas são condenadas não pelo que fazem em si, mas por burlarem a lógica do mercado exercendo underselling"

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Postulados

"Onde quer que se reúnam mais de duas pessoas, elas se juntarão contra o Leandro." (essa eu plagiei da Bíblia. rs)

"Sou inamovível das minhas próprias convicções - enquanto elas forem minhas próprias e convicções"

"A qualidade de uma pessoa não se mede pelo número de scraps"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Clímax amoroso contemporâneo

Levanta atordoada do chão, enxuga as lágrimas do seu rosto e tenta demonstrar um pouco de força:
- Você me usou... me tratou como um objeto barato.
- Eu..
- Cala a boca! Sai da minha casa, seu cafajeste! Eu podia ter te amado.
Ele sai para beber, acreditando tê-la usado.
Ela fica, come chocolate, bolo de milho e lazanha e acredita que foi usada.
Os amigos dele o convencem a sair para pegar mulher.
As amigas dela a convencem a sair para pegar mulher.

domingo, fevereiro 19, 2006

Kinsey

"Os resultados das pesquisas descritos nos “Informes Kinsey”, trouxeram a luz pública dados considerados inimagináveis à sociedade americana puritana da época. Um deles foi a descoberta de que 92% dos homens e 68% das mulheres que participaram da investigação, afirmaram que se masturbavam ou que já tinham se masturbado, esta informação surpreendeu o mundo e os americanos"

Na minha opinião, o que de fato surpreendeu não foi a informação em si, mas a coragem de dizê-lo. Mais do que isso, a surpresa em ouvi-lo. Numa sociedade em que a prática desses atos era condenada, cada homem, cada mulher, que se masturbava não se imaginava acompanhado daquele percentual. O grande choque não era "Oh, meu Deus, as pessoas se masturbam", mas "Porra, Deus, e eu me culpando por tocar umazinha!"

Super-poderes

- Primo, responde nossa enquete: ontem foi levantada a hipótese de que todas as crianças acreditam um dia terem superpoderes. Queremos confirmar essa teoria - hehehe - qual era o teu ?
- Haha. Sim, eu acreditava que conforme eu mexia os dedos o vento aumentava ou diminuia. Eu tinha medo de mexer muito e matar alguém, meus poderes me assustavam. Foi por isso que parei de tocar piano
- Haha. Fala sério...
- E hoje em dia eu acho que eu controlo o latido dos cães... rs... eles latem menos quando eu quero. Só tenho poderes muito úteis...


(Engraçado que existem vários desenhos em que alguma criança tem superpoderes, mas quando falamos que isso pode ser real as pessoas acham graça. Haveria um conspiração para desacreditar o poder das crianças? Uma Kriptonita moral?)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Sexta-feira à noite é sempre um momento crítico.
O telefone me chama
E eu sem saber bem o que discar.

Diálogos urbanos II e III

Erra quem prevê as possibilidades futuras de um país com base em dados de investimentos na economia, na educação. Peca quem estuda a cultura de um país em livros. Bastaria andar de ônibus:

PSICOLOGIA INFANTIL
- Senta no colo da mãe.
- Não quero, 'brigado.
- Senta aqui, senão você vai cair, menino.
- Se eu sentar aí vai ser ruim pra mim e ruim pra você. Aqui, eu tô bem.
- Hãm!
(...)
- Olha mãe: uma rua íngreme!
- Sim, meu filho.
- Olha, que rua íngreme! - repetiu, no evidente orgulho de quem aprendeu algo difícil.
- Tá, agora chega - respondeu áspera e desinteressada

Eu ao lado. Impressionado com a argumentação do menino de 6 ou 7 anos. Frustrado por ter aprendido a palavra "íngreme" somente quando estava na sexta série do primário.
Ao menos, eu não era como a mãe, uma péssima entendedora de psicologia infantil.


***

AO LADO DA MALÍCIA
Duas crianças entram no ônibus carregando balões.
Sentado ao fundo, ao meu lado, um menino de seus 9 anos fala para o pai:
- Pobre é fogo, né! Vai nas festa (sic) e carrega tudo!
Tivesse decorrido um lapso de segundo entre a fala do menino e a risada do pai, eu teria comentado que "para começar, 'rico' nem anda de ônibus". Mas, ao contrário do que eu esperava, o pai riu. Copiosamente.
Percebi que o único ingênuo ali era eu.


Como eu ia dizendo, nossas perspectivas futuras são desatrosas à exata medida do tratamento que dispensamos aos pequenos.


(e esse foi o post número 201)

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Soulmates never die


Seqüência ininterrupta de arrepios e lembranças e orgasmos auditivos.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Nem é tanto o que se diz, mas como se diz.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Novo desígnio

Não deixar uma pessoa qualquer entrar na minha vida me fazendo pensar que ela pode ser especial.

Nunca me esquecer de que são pessoas.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Admiração e inveja

Eu admiro as pessoas que têm tal capacidade motora que, ao andar na rua, conseguem se manter na exata distância em que não é possível ultrapassá-las nem pela direita, nem pela esquerda. Eu admiro a precisão.

Eu invejo as pessoas que possuem o tempo de tirar um extrato no caixa-eletrônico e ficarem paradas analizando-o minusciosamente enquanto uma fila se forma às suas costas, para logo depois se retirarem sem realizar outra operação - importante destacar isso. Eu invejo a cara de pau.

Eu admiro e invejo quem tem um ritmo devagar-quase-parando de vida e pode se dar ao luxo de atrapalhar os outros. Eu queria ter tempo para essas coisas, pois parece bem divertido.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Estou bravo com o mundo

Deve haver algo muito errado: não é possível que num mundo tão lindo se produza tanta coisa ruim.
Materialismo
Sexismo
Racismo
Egoismo
Fanatismo
ódio, desamor, raivas e afins,
etecéteras

Eu não quero fazer parte disso.

domingo, fevereiro 05, 2006

Homônimas e Parônimas

Uma amiga de internet me contou que o seu professor de Português pediu para que eles fizessem uma poesia usando palavras homônimas e parônimas.

Eis o que saiu:

DEVER DE CASA

Um vez lá na escola,
julgaram que eu fosse insipiente.
Uma tarefa me foi dada,
palavras foram discriminadas.
Fizeram-me incipiente na poesia,
descriminando minha falta de talento.

Palavras difíceis que não fluíam.
E, quando alguma idéia emergia,
lá me via eu preso, imerso no problema,
sem poder fruir de criatividade

A poesia, pião da literatura, brinquedo de sons,
fez de mim um peão, montado em suas limitações.
O que deveria traduzir o comprimento do meu ser,
transformou-se no cumprimento de uma regra matemática

sábado, fevereiro 04, 2006

1/12

Hoje é dia 4 de fevereiro de 2006. Mais do que nos situar na história, isso traz uma mensagem muito trágica: o tempo está acabando. Um ano tem 365 dias. Já vivemos 35 dias deste ano. Esse pequeno tempo, multiplicado por 10,42 e estamos em 2007.
Por isso a gente tem que pensar muito seriamente no que estamos vivendo, no que é dispensável e no que queremos construir.


"Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo se sentir
Não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir"
(Lulu Santos)