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segunda-feira, janeiro 31, 2005

Simbolismo II

Há uma semana eu comprei um mamão papaia,
Mas esqueci ele em cima da geladeira
E ele apodreceu.
Cheio de fungos, máculas, bolores
Odor de putrefato.

Nossa, em que eu pensei nesses 7 dias?
Passou tão rápido!
Estou totalmente fora da realidade.

E lá se foi Janeiro.
Mais 11 vezes esse tempinho,
E lá se foi 2005!!!

Leandro...
Quanta perda de tempo!


(Agora tentem imaginar como fica um "mamão" que se esquece dele mesmo por 3 meses)

sábado, janeiro 29, 2005

Quase

Ontem à noite eu achei um pequeno alfinete no chão molhado.
Sempre me disseram que isso era sinal de sorte...

Quando eu era criança, e estava desafortunado, eu costumava ir às ruas onde se concentravam as lojas de sapato, porque lá normalmente se encontravam alfinetes.

Mas desta vez não foi necessário...
... e eu achei tão simbólico!

Talvez eu não precise mais voltar àquelas ruas.
Apesar de eu saber que elas escondem o que eu procuro,
eu ainda posso encontrar em algum outro lugar.

No fundo, a incerteza do sucesso faz da busca algo quase divertido.



(Busca... e Incerteza... tais palavras poderiam substituir "Galinha" e "Ovo" naquela velha e conhecida pergunta. Quem terá vindo antes?!)

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Palavras Matinais

In verbis:

"Nãããão.
Pára de se torturar, não é esse o tipo de pessoa que tu admira!
Eu quero ser alguém que sempre ache forças. Daqueles que conseguem fazer de cada dia um novo início. Que sabem a infinita gama de possibilidades que mesmo uma manhã fria e cinzenta como hoje reserva.
E hoje eu posso ser o que eu quiser...
Pelo menos EU me permito...
Eu posso escolher por ficar bem ou simplesmente remoer o passado, ou as coisas que poderiam ser.
Fatos não-consumados.
Ideais não-materialezáveis de carregar nas costas algo que sequer conheço.
Ideais bestas e tentativas frustadas de proteger.
(Nunca nem me pediram!)
...
Tá decidido; hoje, ficarei bem.
Eu hei de achar alguma coisa boa em alguém
E hoje eu quero dar um abraço"

E ele se levantou...

terça-feira, janeiro 25, 2005

Astronautas de nós mesmo

Engraçada a natureza do Homem!
Toda vez que se pousa em um novo planeta, em uma nova lua, é a mesma história: se não há água, se não há oxigênio, se não há algo tátil, é porque não há vida.
No fundo o Homem não vai para o espaço sideral querendo encontar novas formas de vida. No fundo gastamos milhões tentando nós encontrar lá fora.
Tolice!
Não se concebe uma forma de vida imperceptível aos sentidos humanos, por exemplo.
E só a nossa forma de inteligência é válida...
Egoístas!
Estamos reproduzindo lá fora o que já fazemos aqui dentro: não reconhecer o outro como "o outro", em toda a sua infinita e inabsorvível individualidade.
Como isso fede!

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Transparência

Tão estranha essa fase que eu estou vivendo. Toda vez que eu saio na rua sozinho me sinto mal. Acho que eu vejo gente de mais e tenho a sensação de que ninguém vê ninguém. E "não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam" (Willian Shakespeare).
Então, lá estou eu, na rua, pensando milhares de coisas ao mesmo tempo. Tantas que se eu tentasse falar não conseguiria me fazer entender. Volta e meia minha cabeça dando milhares de voltas e meias-voltas. E eu gritando, tentando ser General de mim mesmo: "Soldado, meia-volta, volver! Sentido!?! Descançar!".
Sabe, às vezes eu nem consigo saber o que eu pensei e o que já foi pensado pelos outros ou o que já foi escutado por mim numa música do "Caju".
Estou muito confuso. É tão desesperador que eu não tenho nem mais forças pra me desesperar. Vou andando na rua, passando por passar, como todo mundo: invisível.
Haja Janis Joplin, Jamiroquai, Cazuza e Francis Cabrel para eu me segurar.

(Não estou triste não, ainda existem pessoas lindas na minha vida. Pessoas que se importam, do jeito delas de se importar. Isso é grandioso! Mais humanidade, por favor!)

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Restar e Bastar

A poesia é tudo que me resta
Nunca tudo que me basta

Se bem que, basta escrever
e uma só coisa é tudo que resta:
eu.

Escrevendo eu me encontro.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Sensatez Insofismável


Eu quero a vida de uma mosca
Pouco me importa viver dez dias
Seria intenso e não complexo
Eu nasceria apenas um dia
Depois do amoroso amplexo
E conheceria as netas
Das minhas tataranetas
Pousadas na nata
Lambendo as patas

Fora isso, teria acesso ilimitado
Sem dúvida alguma
melhor que o de jornalista
ou o de advogado

E se eu tiver na bosta
"Dou de asas", indiferente
Disso, mosca gosta
E o cheiro?!
Será que sente?!

E se for pra incomodar
Eu pouso na sua sopa
Só "pra lhe abusar"

E se eu quiser chamar
a sua atenção
sentado e só no sofá
sossegado e feliz
é só sentar no seu nariz
cil que é pra mosca!
É só zunir!

Mosca não liga
pro "diz-que-disse"
mosca faz, mosca acontece
Coloca ovos
na garrafa de uísque

Viva à filosofia da mosca
que se suja e se lambuza
com os dejetos
que os outros rejeitam

terça-feira, janeiro 11, 2005

Método

O bom mentiroso
é aquele que consegue
repetir várias vezes
a mesma mentira

Melhor que isso
Só se ele puder também
acreditar na sua mentira

Eu nunca gostei de ti
Eu nunca gostei de ti
Eu nunca gostei de ti

Agora falta aperfeiçoar a técnica

domingo, janeiro 09, 2005

Dúvidas

"Qual é o sentido da vida?!"
"Pra que viver?!"
"Por que existe dor?!"
Por que muitas coisas que eu penso,
Essenciais pra fase que eu vivo,
Parecem já terem sido pensadas antes?

E se já o foram,
Onde estão as respostas?!

E esses dias,
mais uma pessoa me falou
que eu preciso achar o meu
sentido pra vida.

Aceitam-se sugestões

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Superproteção?

Pessoas mimadas são assim: vivem num mundo de ilusão sustentado pelos pais. Quando as coisas não saem como elas querem, não sabem de onde tirar força pra continuar.
Será que bater pé no chão adianta?!

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Experiência

Permitam, os senhores, que eu me contradiga (eis porque sou uma montanha-russa):

Neve branca, folha branca, recomeço

Ao olhar o fogo,
Este nada me diz.
Se o toco, queima.
E pobre daquele que teima.

Maneira curisoa
E inconsciente de proteção:
É a dor que nos ensina
o que se pode e o que se não.

Houve um tempo
Em que nada toquei,
Nada sentia,
Por algo implorei.

Vida vazia se foi.
Agora, eu sinto.
E apesar de doer,
Eu sei estar vivo.

É como estar nu na neve
E sem manta para se tapar,
Mas possuir as botas
Para se erguer, para calçar.

Sabes o melhor no entanto?
Está frio, é verdade,
Mas tudo em minha volta,
Tudo é branco.


terça-feira, janeiro 04, 2005

Uma questão de hábito

Algumas pessoas se acostumam com todas as coisas. Sempre esperam que tudo aconteça como antes. Elas acreditam numa "normalidade". Acreditam que há uma força nos protegendo.
Já eu... eu queria acreditar que elas são mais felizes que eu, pois são otimistas.

Como todo mundo, com algumas coisas eu me acostumo. É isso que faz com que eu comece um curso na faculdade, por exemplo. Do contrário, eu estaria na praia todos os dias, mas todos vivemos esperando uma recompensa para as nossas ações: "[a felicidade pessoal é] a idéia de receber de seu cotidiano as gratificações imediatas cuja a medida constitui o parâmetro normativo do vivido"¹.

Acontece que, com algumas coisas simplesmente não podemos nos acostumar, para a nossa própria proteção. Eu não acredito em "proteção divina". Eu acredito é nas pessoas, nas ações das pessoas. Na vontade, no querer, no fazer, no realizar. Acho que isso explica porque eu sou pessimista, apesar de parecer contraditório. Se tudo depende de nós, nada mais fácil que as coisas tendam para a imperfeição. Mas não! Criamos a mentira de que tudo estará bem, que não importa se perdemos o controle, alguém retomará o leme. E sofremos.

A partir de hoje eu quero é ser pessimista, pois sofre-se menos: antes admitir que suas convicções estão erradas do que sofrer o desmonte de uma ilusão. Deus está morto.

Há uma pergunta que não me incomoda mais, pois cada vez tenho mais convicção da resposta. "Deus: criador ou criatura?"


¹- "[Bonheur personnel est] l'idée de reecevoir de son quotidien des gratifications immédiates dont la mesure constitue le paramètre normatif du vécu" Do filme "Le Déclin de l'Empire Américain", de Deny Arcand
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Antes não tivessemos nos acostumado com a "normalidade"

Não se acostume com tudo
(um dos tornados que atingiram Criciúma, cidade dos meus pais, em 3.01.05. Lá em casa tudo bem, mas e na das 70 famílias atingidas?! Viu?! Melh0r não acreditar que tudo está sempre tão bem.)

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Inauguração e Razão Social

Olhos fechados, procurando um sentido

Eu (re)descobri que eu adoro escrever.
E, também, que no fotolog ninguém pára para ler o que eu escrevo.
Pois que entre aqui quem quiser tentar acompanhar o que eu penso.
Eu: que mudo tantas vezes de humor durante o dia.

Esse blog não é para os outros, mas, fundamentalmente, para mim. Para organizar o que eu penso, o que eu sinto e o que eu vejo.
Eu: que mudo tantas vezes de humor durante o dia.


(Tenho planos de fazer um template para mim, mas provavelmente me tomaria tempo demais, então...)