gmr

domingo, julho 30, 2006

"No acesso a níveis mais profundos de compreensão, peças vão se encaixando, se articulando e fazendo sentido. Algumas imagens se revelam, outras se dissolvem e se misturam com conteúdos incompreensíveis. Nem tudo está resolvido (e que graça teria?)"

terça-feira, julho 18, 2006

Saí de casa.

Eu escrevia com uma daquelas canetas de nanquim, mas devido à falta de habilidade uma pequena poça escura se formou no papel. E, dela, saiu primeiro uma mão, que depois se transformou num "Pessoa" me dizendo assim:

"Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres"

Lembrei, então, da conversa com a Fabi semana passada:
- Você está precisando de amor.
- Está tão evidente assim? Preciso disfarçar...
- Não adianta... dá pra ver nos seus olhos.

Acordei e fui pro banho. Cantarolei uma música triste de Vinícius.
Quis lutar por não me deixar abater. Quis um dia diferente. Quis ter mais controle.
Decidi que não se pode escolher por ser feliz ou triste antes de sair na rua e olhar o sol.
O dia sempre parece nublado dentro de um quarto fechado

terça-feira, julho 11, 2006

Fragmento II

O Destino assim o quis e tive em minhas mãos toda a minha vida. Com desconforto, cambaleante, adentrei na anti-casa onde tive que responder à pergunta do Espelho: o que fazer de si?

De princípio, hesitei. Distraí meus olhos em um papel e esboçei um poema que falava de melancolia e indolência, de inércia e apatia.

Mais tarde, porém, encarando o Espelho nos olhos, que felicidade fui eu encontrar! O vi de dentro e o quis ver mais. E meu olhar ricocheteou por um instante dentro da sua frágil lâmina de vidro antes que pudesse ver o Entorno. E, depois disso, que diferente estava o Entorno! Mesmo os livros que li depois dali me ensinaram mais. E as pessoas na rua estavam mais bonitas e pareciam mais humanas. E o que era errado parecia mais errado. Ou era meu raciocínio que estava cristalino? Pois mesmo Eu era mais Eu mesmo.

O Destino quer nos devolver. Quer que decidamos sempre o que fazer de nós.

Que implacável é isto de voltar para si!

Lá do espaço

Lá do espaço dá pra ver meu lugar preferido em Florianópolis: um certo flamboyant
(antes de clicar abra o seu Google Earth)

domingo, julho 09, 2006

Houve uma época da minha vida em que eu me sentia morrendo, como se a vida estivesse indo e me deixando para trás. Já falei disso antes: eu tinha medo de faltar tempo para viver um grande amor. Com isso, eu procurava me prender a alguém, evitando olhar para mim mesmo. Hoje em dia, é até meio bobo lembrar essas coisas. Eu descobri a importância não de estar sozinho, mas de estar consigo mesmo. Olhar para dentro, descobrir as próprias fraquezas, pensar-se como corpo, reconhecer-se como vida, esquecer as coisas de fora e querer ser melhor. É algo bastante recente isso. E, vendo isso, eu economizei duas vítimas.

Não, já não há aquela pressa aqui dentro, aquela ânsia por experimentar. A vida às vezes se exige um tempo, para que não deixe de ser "vida". Tempo para reconstruir algumas coisas, para se preparar para algo ainda maior, para viver o amor-próprio: meu corpo, minha personalidade, meus sonhos. Ah, o tempo... tão mais sábio do que se pensa. As coisas acontecem quando devem acontecer.

Para o nosso bem, nem tudo sai como queremos
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"I got married for all the wrong reasons, and when my husband didn't turn out to be everything I imagined he'd be, I just wanted to end everything. There's no such thing as the perfect soul mate. If you met someone and you think they're perfect, you better run as fast as you can in the other direction. 'Cause your soul mate is the person that pushes all your buttons, pisses you off an a regular basis and makes you face your shit. It's not easy having a good marriage, but I don't want easy. Easy doesn't make you grow. Easy doesn't make you think. I thank God every day that I'm married to a man that makes me think."
(Madonna)
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sábado, julho 01, 2006

"Revanche"

Não é curioso que usemos uma palavra francesa para atacá-los?

eu não sei bem porque a gente está separados
não sei se é tão importante investigar e descobrir as causas últimas...
mas sei o que fomos deixando ficar para trás
os nossos momentos mágicos
as conversas, nossas divagações
caímos numa relação bem mundana....

eu sei que eu te amo muito ainda
e falo de humano para humano
queria saber se você ainda me ama,
mas tenho medo da resposta
se você ainda está disposto a dividir um pouco de vida comigo
mas não quero te pressionar com medo de perder mais do que eu já não tenho

mas no fundo eu consigo ver uma sombra de explicação por nosso fim
eu, principalmente, estava muito inseguro, com medo, pelas coisas que estavam acontecendo
sei que isso trouxe estabilidade, nos deixamos abater pelos problemas
criamos novos problemas