gmr

quinta-feira, junho 29, 2006

Indomelacolência

Deitar-se e olhar pro teto
pensar indiferente em coisas que atemorizavam
idéias antigas
pensamentos impensáveis
ter mares plácidos na superfície
agitados nas profundezas
e, apático, sabê-lo

é se conformar
ser peça do jogo
ser da vida
gota d'àgua
sopro de vento

é aceitar ser menor
não estar nem triste nem feliz
amar ou odiar
não se divertir em uma festa
não molejar com um samba

Oh, fatalidades!
E sorte de coisas sem lógica!
é, sobretudo, ser pesar
ser gravidade,
soltar-se e cair
cair-se mal

é ser seu, demasiadamente seu
e ter preguiça de o ser
olhar-se e olhar-se inerte
e viver para si
e ser sozinho
ser anti-casa e desconforto

domingo, junho 25, 2006

Eu escuto músicas que, muitas vezes, sequer falam de amor. Não importa... basta que sejam lentinhas e sentimentais para que eu pense em ti. Deito na minha cama, abraço uns dois travesseiro e fecho os olhos. Imagino o que estás fazendo aí, do outro lado do morro que nos separa geograficamente. Me pergunto o que nos separa além disso...
Olho pro meu quarto e não é onde quero estar. Fecho novamente os olhos e tento te abraçar sem sequer me mover. Daqui mesmo eu mexo no seu cabelo, perco a respiração ao olhar nos teus olhos... tão teus olhos. E beijo a tua boca. Ah, eu beijo. Daquele jeito...
Às vezes, sinto melancolia, saio de casa. Andando por viver. Vivendo por andar. Com sorte, algo me distrai por cinco minutos. Nos dou um breve sossego. Encontro um amigo. Converso. Me estranhamos, eu e ele.
No mercado, um casalzinho jovem agachado olhava o preço do pão. E foi ali, exatamente ali, que eu vi meus erros. Por querer mais do que exatamente aquilo que eu queria. Ah, eu queria coisas simples, eu queria não complicar. Viver uma vida de poucas ambições, poucos problemas, mas muito amor. Não sei quando isso foi acabando, mas vejo minha participação nos erros.
Mas tenho só vinte anos e um monte de esperança - para minha sorte e danação. Tenho minha vida, por mais que às vezes não saiba muito bem o que fazer dela.
Tenho meu trabalho, me obrigando a vender as preocupações com a vida. Nos finais de semana tenho caneta, papel e lápis de cor.
Tenho amigos: uns para me distrair, uns para dividir as responsabilidades da faculdade, outros para me ajudar.
Tenho uma família: uma mãe preocupada, que vacila nas palavras comigo; um pai com tosse; dois irmãos dos quais sinto falta, embora saibamos pouco da essência um dos outros.
E, sobretudo.... sobretudo eu tenho amor aqui dentro. Amor que me sufoca querendo se derramar. É ele como um animal selvagem dando coices, agindo de impulsos. Quem sabe um filhote de cachorro, de cuja pureza de sentimentos não se pode duvidar, embora seja capaz de destruir o sapato preferido do dono. E é ele que vai me salvar e fazer digno.

sexta-feira, junho 23, 2006

Tônia Carreiro canta:

"Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios
eu seria, eu seria o Vinícius
Se eles fossem, se eles fossem imorais
Eu seria O Vinícius de Moraes"

"E ele ficava bravo..."

quinta-feira, junho 22, 2006

Diálogos urbanos V (verídicos)

O professor chega em sala e diz:
- Bom dia!
Ao que a acadêmica da primeira fileira responde:
- Bom dia, professor. Hoje eu acordei com torcicolo.

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Ele estava pagando a conta do restaurante, quando entram duas jovens que se dirigem à balconista:
- Vocês fritam ovo aqui?
- Sim, fritamos.
- Ah, tá. É que eu tô meia gripada e com dor de garganta. (sic)

[?]


*****

É... rs...

domingo, junho 18, 2006

Cotidianas e (bem) Curtas IV

Sempre, sempre depois de uma sessão de leitura, eu verifico a espessura do livro para ver o quanto dele eu já li.
É como mensurar a diversão que acabei de ter.


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Falando em livros, acho que vou abandonar Razão e Sensibilidade. É muito sofrível um livro em que a única preocupação das personagens - e da autora, com perdão à Jane Austen - é saber com quem irão se casar.

Da dignidade e do amor

Eu nunca vou esquecer uma das coisas que o Filipe me disse:

- Eu perdi minha dignidade, e passei dois anos implorando para perder de novo. Eu demorei muito tempo para juntar cada um dos mil pedacinhos dela, e não vai ser agora que eu vou abrir mão nem da minha dignidade e nem da minha liberdade.
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Eu tomei isso como verdade por mais de um ano. E então, num dia desses andando na rua, pela primeira vez eu pensei: "quando você faz aquilo que quer, mesmo que isso leve você a ser impulsivo, mesmo que você acabe se frustrando um pouco, você não está perdendo a dignidade. Porque é uma prerrogativa do exercício da dignidade humana que você possa escolher exatamente o que vai fazer. Nunca se poderá estar errado por tentar, por querer, por fazer de tudo para estar com quem você ama. Mesmo que você não consiga, ser digno no amor é obedecer ao coração".
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sexta-feira, junho 16, 2006

Brincadeira boba de palavras I

Será arte,
serrar-te?

Ser, há arte?
Se a arte
de ceiar-te

Cotidianas e Curtas III

Ah! Nessa época do ano o pôr-do-sol em Floripa, visto da beira-mar, é um espetáculo à parte. Nos útimos suspiros do dia, quando já nem se pode mais ver o sol, o horizonte se colore de um laranja-avermelhado e do firmamento se derrama roxa a noite.
Creme de Papaya com licor de Cassis.
Delicioso crepúsculo.
Acho que até engordo só de olhar.


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Às vezes, acordo no meio da madrugada e tenho a sensação que acabei de entender a situação de vida que estou enfrentado. Tudo se mostra espantosamente simples. E, normalmente, eu recorro a alguma comparação que faz tudo parecer muito engraçado. Eu rio. Por vezes, levanto, faço um passinho de dança, me olho no espelho e rio. O fato é que em menos de um minuto eu já voltei a dormir.
No outro dia eu nunca consigo lembrar o que exatamente eu pensei...
Eu acho que sou meio estranho...


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O meu problema, o meu real problema é que...
é que eu não consigo abrir um pacote de bolacha e não comer inteiro.
Nem barra de chocolate, nem pacote de puxa-puxa, nem suco em caixinha...
Inofensivo?
Agora pense nisso em termos alcólicos.

segunda-feira, junho 12, 2006

Chega, mesmo
Não era a intenção
nem de um, nem de outro,
mas isso tudo já foi longe,
longe demais

muito mais do que o lógico,
muito mais do que o adequado

Não há mais nada a ser salvo,
se me deixo sofrer mil vezes nas tuas mãos,
pois no final só sobra carne morrendo,
merda esfriando
e a irresolúvel icomunicabilidade das nossas almas

Não, isso já não é amor
Eis que tal não comportaria
essa sorte de coisas

Amor não há de ser um culto ao passado:
adoração a uma tarde perfeita
de quase um ano atrás
Eu me ajoelhando frente a um deus falso

tu

Não creio que exista algo além
Creio que as coisas virtuosas se acabaram
Sinto morrerem meus princípios e crenças
Não há mais nada digno
que eu queira salvar

Estou para soltar todas as minhas feras
Afasta-te e corre
que até amanhã me odiarás

quarta-feira, junho 07, 2006

Só mais uns dois meses

Eu quase posso ver
de novo
sentido nas coisas que vivo

quase consigo
de volta
escrever o que sinto

ah, se não fosse
tão tarde
quem sabe uma linha te dedicasse

se fosse sincero comigo
porém
talvez cortasse

nada ruim
apenas
o torpor que me rouba a palavra

que inocente
pensar
que o amor não acaba


...


"- Isso não pode permanecer - ponderou ele -, mas uma mudança total de sentimentos... Não. Não se pode desejar que tal coisa aconteça, pois quando o refinamento romântico de uma alma jovem é obrigado a se apagar, muitas vezes é substituído por opiniões que não apenas são comuns, como também são perigosas."
(R&S. J.A.)

segunda-feira, junho 05, 2006

okei!
considerando que 300 reais é muito dinheiro
considerando que terei mais um final de semana pra pensar a respeito...
...

domingo, junho 04, 2006

Dilema


Tenho mais 6 horas pra decidir se gasto R$ 325,00 para aproveitar a oportunidade única de ver o Vive La Fête em São Paulo.


Eu PRECISO ir!

sábado, junho 03, 2006

Fragmento

- Gram? I never felt that way before... except...
- Except for what?
- Don't laugh okay?
- I won't.
- Except for when I was cheerleading.
(Gram's laugh)
- Really?
- I'm serious! Sounds so stupid to you, but I really love it! Cheering is one thing that keeps me happy... ...accelerating...
- I would love to see you cheering.
- Don't make fun at me!
- No, I'm not. I'm not. Dontcha think maybe I'm just jealous that you love something?