gmr

domingo, junho 25, 2006

Eu escuto músicas que, muitas vezes, sequer falam de amor. Não importa... basta que sejam lentinhas e sentimentais para que eu pense em ti. Deito na minha cama, abraço uns dois travesseiro e fecho os olhos. Imagino o que estás fazendo aí, do outro lado do morro que nos separa geograficamente. Me pergunto o que nos separa além disso...
Olho pro meu quarto e não é onde quero estar. Fecho novamente os olhos e tento te abraçar sem sequer me mover. Daqui mesmo eu mexo no seu cabelo, perco a respiração ao olhar nos teus olhos... tão teus olhos. E beijo a tua boca. Ah, eu beijo. Daquele jeito...
Às vezes, sinto melancolia, saio de casa. Andando por viver. Vivendo por andar. Com sorte, algo me distrai por cinco minutos. Nos dou um breve sossego. Encontro um amigo. Converso. Me estranhamos, eu e ele.
No mercado, um casalzinho jovem agachado olhava o preço do pão. E foi ali, exatamente ali, que eu vi meus erros. Por querer mais do que exatamente aquilo que eu queria. Ah, eu queria coisas simples, eu queria não complicar. Viver uma vida de poucas ambições, poucos problemas, mas muito amor. Não sei quando isso foi acabando, mas vejo minha participação nos erros.
Mas tenho só vinte anos e um monte de esperança - para minha sorte e danação. Tenho minha vida, por mais que às vezes não saiba muito bem o que fazer dela.
Tenho meu trabalho, me obrigando a vender as preocupações com a vida. Nos finais de semana tenho caneta, papel e lápis de cor.
Tenho amigos: uns para me distrair, uns para dividir as responsabilidades da faculdade, outros para me ajudar.
Tenho uma família: uma mãe preocupada, que vacila nas palavras comigo; um pai com tosse; dois irmãos dos quais sinto falta, embora saibamos pouco da essência um dos outros.
E, sobretudo.... sobretudo eu tenho amor aqui dentro. Amor que me sufoca querendo se derramar. É ele como um animal selvagem dando coices, agindo de impulsos. Quem sabe um filhote de cachorro, de cuja pureza de sentimentos não se pode duvidar, embora seja capaz de destruir o sapato preferido do dono. E é ele que vai me salvar e fazer digno.