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quinta-feira, agosto 25, 2005

Abelhudo

Filas, em geral, são sempre uma grande perda de tempo, mas como tudo, reservam um potencial positivo. As filas de supermercado por exemplo... são lugares ideais para você observar e descobrir algo sobre as pessoas. Toda essa reflexão começou numa delas.
O que você imagina quando vê um casal com os cabelos molhados? Eu, normalmente, formulo duas hipóteses, quais sejam: a) está chovendo; b) eles acabaram de trepar (o que os faz mais felizes do que eu).
No que tange à primeira alternativa, eu analiso o meu próprio cabelo: ou ele também está úmido ou estamos diante de uma chuva repentina e torrencial de verão que, obviamente, os atingiu logo depois que eu entrei no estabelecimento. Constato que meu cabelo está seco, e que estamos no inverno, o que me leva a dar crédito à situação hipotética "b": eles acabaram de trepar.
Mas também... que temos nós com a vida sexual dos outros? O que há na natureza humana que nos torna investigativos, curiosos, intrometidos nesse âmbito tão recôndito da vida alheia? Tudo seria bem melhor se vivêssemos tão-somente a nossa vida, sem querer analisar, "etiquetar", julgar. Cada um cuidando do seu, tal como deveria ser.
Estive absorto em tais pensamento. De repente, a fila do caixa andou. Era minha vez. Paguei as mercadorias e saí.
Lá fora não chovia.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Cotidianas e Curtas II

Lembrei da terceira:


E continuam as obras faraônicas no Condomínio.... Agora temos granito na entrada de cada um dos seis blocos e contorno de elevadores. Sem falar nos novos canteiros de flores e nas luzes que funcionam com detectores de movimento. Inclusive de dia.

Nada de anormal, depois do sistema de retirada de carrinhos de supermercado com cartões de PVC personalizados.

Ribombos I

Eu não sei se isso acontece só comigo, mas algumas das coisas que me falam parecem aderir à minha memória. Elas não têm nada de especial, são como todas as outras coisas que se dizem.
Acontece, no entanto, de algo despertar tais recordações sem que haja lógica, sem que haja causa ou objetivo. Para este tipo de lembranças, dedico essa nova seção que abro em meu blog.

Hoje ao meio-dia, enquanto preparava algo, lembrei-me de uma vez em que meu professor de história, filosofia e sociologia disse: "Você olha pra um casal de namorados e pensa: 'Nossa! Ele é tão feio pra ela', mas as vezes o cara tem um conteúdo que você não tem". Quase o ouço falar.
À época eu me sentia feio.
Meu professor fez o grande favor de me fazer sentir feio e sem conteúdo.

Hoje em dia eu estou de bem com meu espelho, e até acho que é mais divertido conversar comigo do que com uma samambaia. O que eu não sei ao certo é o porquê dessa frase ainda estar guardada na minha memória.

Coisas que nos acompanham. Dorezinhas de ego.
Ao meu professor, prefiro o Carlinhos com o "Não se julgue".

Cotidianas e Curtas


Eu adoro essas camisetas com números grandes, mas tem gente que exagera. Hoje eu vi uma menina baixinha com um 07 nas costas e um 56 no moleton atado na cintura. Das duas uma: ou ela se perdeu na Maratona de São Paulo em 31 de dezembro ou ela é um carrinho de Kart.

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Por que alguns professores imaginam que conseguiremos ler um texto de Direito Antitruste com citações em inglês, espanhol, italiano e francês?

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Eu acabei de esquecer qual era a terceira "cotidiana". Isso acontece com a minha memória de curto prazo no day after de um porre.

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domingo, agosto 14, 2005

Central de Relacionamentos

[...]
- Senhor Leandro, no momento nosso sistema está fora do ar. Eu peço que o Senhor esteja esperando alguns minutos e depois esteja ligando para um outro atendente, Senhor Leandro.
- Tá, tudo bem. Eu sei que a culpa não é sua, mas esse sistema de vocês é uma bosta! Eu estou furioso! Você não tem um telefone de alguém que eu possa xingar?! Eu preciso xingar alguém!


(de noite)
- Central de relacionamentos Vivo, Fabiana, boa noite.
- Boa noite Fabiana. Você é uma pessoa de sorte sabia?! Você é a 9ª atendente da Vivo com quem eu falo em 10 dias. A 10ª eu vou xingar.
[...]
- Senh0r Leandro, nosso sistema está fora do ar. Eu peço que o Senhor esteja entrando em contato com a gente amanhã, Senhor Leandro.
- O.k. Amanhã eu ligo pra xingar alguém.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Velho Hábito

O meu problema, tenho que admitir,
é que eu acho problema em tudo.


(Te amo, nunca acredita se eu vier a dizer o contrário,
Teima comigo
Porque só você pra me aturar
meia hora choromingando no telefone)

quarta-feira, agosto 10, 2005

"Las piedras jamás, paloma,
¿qué van a saber de amores?"

(Caetano)

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Lookin' out on the morning rain
I used to feel uninspired
And when I knew I had to face another day
Oh, it made me feel so tired
Before the day I met you
Life was so unkind
But you're the key to my peace of mind

'Cause you make me feel
You make me feel
You make me feel
...


When my soul was in the lost-and-found
You came along to claim it
I didn't know just what was wrong with me
Oh till your kiss helped me name it
Now, I'm no longer doubtful
Of what I'm livin' for
And if I make you happy
I don't need to do more

'Cause you make me feel
You make me feel
You make me feel
...

(Aretha)

domingo, agosto 07, 2005

Não estou bem:
Fase de grandes decisões na minha vida.
Algumas eu já tomei;
outras, não.

Mas eu não tenho mais medo do erro.
Não tenho medo da dor.
Eu só tenho medo do medo.

Eu estou correndo atrás.
A roupa que eu uso não importa.
Estou perseguindo Ela
e olhando os obstáculos
com os olhos de quem já passou por muitos,
como quem sabe que eles
são sempre menores de perto.

Sempre tem algo de bom no final
pra quem só tem medo do medo

sexta-feira, agosto 05, 2005

Recompensa (?)

Depois de 13 sacolas de lixo...
Depois de 40 minutos lavando louça, a maioria não minha, numa pia que nem sequer chega na altura da minha bacia...
Depois de uma frigideira engordurada...
Depois de 3 formas de pizza...
E, principalmente, depois de uma colher de pau com um fungo tricolor (a saber, preto, verde e azul)...

Eu tenho ou não direito a pedir uma pizza para comer com a minha melhor amiga?

Ah, essa vida de Universitário!
Tudo em "muito(a)":
Sujeira
Louça
Fungos e
Junkie Food

Uma hora e doze minutos da madrugada

Não consigo dormir. E de repente me dá um aperto tão grande no coração. Vontade grande de chorar. E choro. Isso tudo porque eu olho pro meu passado e não entendo o porquê da dor que eu tive que passar para chegar até aqui.

E então eu olho pro presente e vejo um bando de merda me rodeando. Um monte de gente de merda. Um monte de amigos de merda. E pra quê chegar até aqui e experimentar a dor toda de novo? Não, eu não vou me sentir mal. Sofram vocês, que não sabem nada do que são pessoas!

E mais uma vez eu não sei o porquê da dor. Dor que dói por doer. Que dói por hábito. Que dói mesmo sem que eu concorde.

E por acaso faz sentido passar por tudo isso para ser feliz amanhã ou depois?

E choro de novo.
Uma hora e vinte e dois minutos da madrugada.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Às vezes a morte
parece uma alternativa
tão mais fácil pra vida

Mas sempre falta coragem
pra dizer o não
dizendo o sim

Estou cansado,
triste
e mal-humorado.

¬¬