gmr

terça-feira, julho 11, 2006

Fragmento II

O Destino assim o quis e tive em minhas mãos toda a minha vida. Com desconforto, cambaleante, adentrei na anti-casa onde tive que responder à pergunta do Espelho: o que fazer de si?

De princípio, hesitei. Distraí meus olhos em um papel e esboçei um poema que falava de melancolia e indolência, de inércia e apatia.

Mais tarde, porém, encarando o Espelho nos olhos, que felicidade fui eu encontrar! O vi de dentro e o quis ver mais. E meu olhar ricocheteou por um instante dentro da sua frágil lâmina de vidro antes que pudesse ver o Entorno. E, depois disso, que diferente estava o Entorno! Mesmo os livros que li depois dali me ensinaram mais. E as pessoas na rua estavam mais bonitas e pareciam mais humanas. E o que era errado parecia mais errado. Ou era meu raciocínio que estava cristalino? Pois mesmo Eu era mais Eu mesmo.

O Destino quer nos devolver. Quer que decidamos sempre o que fazer de nós.

Que implacável é isto de voltar para si!