gmr

quinta-feira, outubro 13, 2005

as palavra foram todas embora hoje
só restou eu
como um copo repleto de água
(sem cor
sem gosto
e sem nada)
no milésimo de segundo
imediatamente anterior
ao derramamento

não que haja razões
(e nem que precise)
mas tem algo que eu quero expressar e não sei como
tem algo que eu quero expressar e não sei o quê

antes, eu usaria as palavras
mas justo agora elas me faltam

se, ao menos, eu fosse uma aquarela
verteria uma cor que representasse o íntimo
que mostrasse o que tenho dentro
e onde estivesse cinza,
eu pintaria de branco ou de preto

(Wassily Kandinsky)




(Eu escrevo pra mim.
Não há o que ser entendido.)