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domingo, janeiro 22, 2006

Escondido

Eu sempre fui assim: de um extremo ao outro. Isso me incomoda desde então. Muitíssimas vezes eu conversei sobre isso com as pessoas. Com exceção do meu psicólogo - que me recomendou um psiquiatra e suas drogas - todos os outros sempre me falaram que a felicidade não é uma constante, quando menos um crescendo. Houve até quem me falasse de gráficos e funções senóides.

"A vida é assim mesmo", argumento da mãe. E, admito, fui um péssimo aluno. Nunca me conformei com proto-vida, quase-quero, meio-amor, amizade-média. Sinceramente, não sei até que ponto isso não foi autodestrutivo; tantos surfistas da vida e eu ali, escafandrista teimoso.
Eu já fui muito pior, isso é verdade. Hoje em dia não parto para agressão física - argumento do pai, falo mais manso, não bato mais portas, não choro até minha mãe vir só para poder xingá-la (como a vitimei!).

Também já não falo de todos meus sentimentos, isso é mais recente. Todo caso, eu sempre procuro me manter bem, "aparando as arestas" como se diz. Me sinto muito infiel comigo, às vezes. De qualquer forma o oposto não me valeria, pois "a autênticidade exige que se aceite sofrer". (J.P.S.)

Eu tenho vontade de escrever várias coisas, mas eu já não tenho essa liberdade, por consideração aos outros, que não suportam a sinceridade espontânea da minha burrice, mas tão-só a sua. Não sei quem eu estou tentando proteger: só de dentro se é inteligente.

Ando pensando muito em pintar, para ser menos ostensivo, mas me faltam as tintas por ora. E escrever com os olhos de agora é tão mais difícil...