gmr

domingo, janeiro 01, 2006

Deu na Globo

"Em Janeiro estréia a nova série, que vai mostrar uma página da história brasileira que se escreve com apenas duas letras: JK"

Ao ouvir isso, ele comenta com o irmão:
- Na realidade, J, K, F, M, I. Cinco letras.


Sim, depois eu descobri que falei com pouca propriedade sobre o assunto, uma vez que JK rompeu com o FMI (apesar do vultoso empréstimo de 1960, nas palavras do site linkado), o que não tira o "mérito" do queridinho global pelo nosso endividamento externo.

Comentei com a minha mãe que, obviamente, a emissora quer que a população brasileira conheça a história de JK depois da desastrosa comparação que o próprio presidente Lula fez com o mineiro. Sim, Juscelino, Brasília, carros e outros bens de consumo. É claro que eles vão esquecer de mencionar a nossa dívida externa, mas o que vale é mostrar que Lula não fez nada disso.

Num ano eleitoral, isso vem bem a acalhar para uma emissora que tem tradição em influir em eleições (nunca nos esqueçamos do seqüestro de Abílio Diniz em 1989, no dia do segundo turno, em que concorriam Lula e Collor. O episódio foi atribuído a petistas, e o empresário foi solto logo após o fechamento das urnas. Posteriormente, a Globo, que noticiou todo o ocorrido, lastimou por ter se envolvido e passado informações imprecisas.)

Enfim. Sejamos críticos. Ou vocês acham que a estratégia do Fantástico de mostrar, durante toda a programação, os trechos com as perguntas (tendenciosas, diga-se) da entrevista feita pelo Bial, para só ao final a reportagem completa - na qual o "nove-dedos" se saiu muito bem na minha opinião - foi desprositada?
Se eu voto no Lula? Não sei.
Se eu confio na Globo?! Olha pra minha cara!


(o Fantástico estava bom, apesar disso. Fazia tempo que eu não assistia à televisão, e gostei especialmente das reportagens sobre o tempo e sobre as vitaminas)