gmr

domingo, maio 15, 2005

Uma alcoolizado

Não importa,
realmente, não importa
quantas folhas da tua casa
eu possa vir a riscar

quantos bilhetes
ou cartões
eu venha a te escrever

quanto eu sinta
quanto eu pense
quanto eu fale

sempre sobra algo
algo que não sei bem o que
algo que fica a ser dito

e eu me sinto mudo,
como se não importasse
o que eu venha
a esboçar em forma de som,
eu nunca direi o que eu
deveras sinto
pois é indizível
e eu me sinto mudo
e só penso em três palavras:
eu te amo