gmr

quinta-feira, abril 20, 2006

A maior sacanagem da vida é que quanto mais você aprende sobre ela, mais você se depara com o grande mistério.
É mais ou menos assim... quando criança e as coisas saem errado, você xinga seus pais, seu amigo, o fabricante do video-game. É então que você percebe que nem tudo está ao seu controle. Aliás, seus pais morrerão um dia e você também. As catequistas adoram a oportunidade.
Aos quatorze anos você tem Deus pra xingar.
Aos dezesseis, a menina que não quis namorar com você é a culpada por toda a desgraça da sua vida.
É bem provável que antes dos vinte anos, e essa é a mais cruel das fases que conheço até agora, se você for persistente em tentar entender os mecanismos da vida (leia-se: se você ainda não se tornou um medíocre acomodado), você ouça falar do existencialismo. Logo se chega à Sartre, que, associado a Nietzsche, pode causar danos irreparáveis.
Não é simplesmente por estar vivendo isso que digo que é a mais terrível das fases. É porque não sobra nada para você culpar, senão você. Chega-se a um ponto em que você olha o problema e simplesmente tem preguiça de entender. A vida não se coloca mais como um desafio, mas como um peso.
E Nietzsche, aquele cretino! Ele não matou Deus... ele eliminou foi o conforto que advém daquilo que não se consegue explicar.
E eu queria ter um sonho que durasse.


(okay, okay... vou voltar a estudar filosofia)


ah, sim... nunca valeu a pena curtir a fossa.
um coisa é estar nela
outra é se rolar na lama