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domingo, abril 16, 2006

Diário de Bordo

DIA 1

15 anos depois, entrei novamente em um avião. Destino: São Paulo.
Vôo noturno, céu límpido, a vista maravilhosa da ilhota iluminada.
Riso misto de tensão e felicidade.
Sensação de vida. Universo de possibilidades.
Descer na selva, atravessar passarelas.
Lixo no chão e churrasquinho na calçada.

***

DIA 2

Acordo cedo, ando de metrô pela primeira vez e desço na famosa Paulista.
Conheço a faculdade do meu irmão
acompanho a aula de Prática de Música ao som de "Coisa n° 4".
Depois, MASP.
Matisse, Debret, Van Gogh, Picasso, Cézanne, Monet, Renoir, Botticelli, Rembrandt.
De noite, busão para Minas.

***

DIA 3

3h30' da madrugada. Desembarco em Campo Belo
Que loucura isso de ir parar numa cidade totalmente desconhecida
Ando até a praça do centro e espero amanhecer.
Curioso como a velhinha simplesmente abaixou as calças e mijou.
E a mulher que às 4h andava de um lado pr'outro?
Conheço o Rafa, finalmente.
A Nay e a Deb.
Festinha open bar.
Churrasco na roça.

***

DIA 4

Passeio no campo, etc
"Dô conta não", etc.
Jogo de tabuleiro abortado
Piscina gelada
Almoço com bacalhau
Busão pra Sampa.
Nesse ponto detalhes se fazem necessário: eu estava me sentindo tão bem, tão livre, com o pensamento tão fluido, e ao mesmo com pena por ter que ir embora cedo.
Olhei para fora, aquele céu verde, o sol esmorecendo alaranjado ao fim da tarde, o campo brilhando verde. A vida lá fora tão insistentemente continuando pra me provocar. Eu nem sei se ia contrariado, mas sei que chorei.
etc
de noite, eu e meu irmão perambulando acabamos num bar de jazz ao vivo.

***

DIA 5
Planos de visitar a Pinacoteca e a Estação da Luz cancelados.
O teatro foi sacrificado para instalar a internet e decidir o que fazer à noite.
Arrastei meu irmão para uma balada anos 80 no sucessor do Atari Club, o Kat Pub.
Muita gente massa e estilosa o suficiente para assustar meu irmão. rs
Na volta, muita risada no metrô. Incluindo o clone do Seu Madruga e as câmera.
Fiascos.

***

DIA 6
Após uma hora e meia de sono, aquele banho, aquele pastel e aquele caldo-de-cana da feira de Domingo.
Avião de volta. A realidade chamando, para a minha tristeza.
Eu, que não sou corajoso, não consigo largar essa vida e sair por aí levado pelo vento.
Queria ter dinheiro o bastante para não precisar de dinheiro.
Para não precisar ler, senão o que eu quissesse.
Para não precisar trabalhar, senão pra me manter vivo.